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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Anoxia em recém-nascidos

A anoxia, falta de oxigenação no cérebro que pode causar uma série de anomalias, está cada vez menos freqüente entre os recém-nascidos. Métodos de medição, atendimento e, principalmente, prevenção, estão sendo usados com sucesso e já reduziram significativamente a incidência do fenômeno.

Para entender a Anoxia
Anoxia, uma palavra utilizada para vários eventos médicos, significa a diminuição ou insuficiência de oxigenação do sangue para suprir as exigências metabólicas de um organismo humano vivo, especialmente no cérebro. Apesar de acontecer por diversas razões, as mais comuns são, tanto em adultos ou crianças, decorrentes de problemas respiratórios, cardíacos ou cerebrais. Apresenta uma importância relevante entre os casos existentes: a anoxia perinatal ou asfixia perinatal, a qual ocorre com o feto durante o parto. Segundo o Dr. Rodney D. Dorand, em sua palestra sobre Asfixia Neonatal- Abordagem sobre Fisiologia e Tratamento , Harvard, "A capacidade do feto e do recém-nascido de resistir à asfixia ou a anoxia do parto é bem conhecida". Muito embora, segundo ele, a diferença entre o adulto e o recém-nascido dependa de vários fatores fisiológicos, ambientais, de idade e gestações diferentes, bem como as definições de atendimento aos casos, para que não se instale uma perturbação permanente de qualquer função, principalmente do cérebro.

Causas de Anoxia em Recém-Nascidos
A asfixia do recém-nascido é uma emergência médica. Pode ser totalmente esperada em muitas situações, porém inteiramente inesperada em outras. O mais comum é o feto fazer uma forma menos severa de anoxia, induzindo a uma diminuição gradual da oxigenação fetal e um decréscimo do retorno venoso para a placenta.

Nos eventos desse tipo emergem vários fatores mecânicos tais como má posição, passagem do ombro ou nádegas em crianças grandes antes da cabeça, desproporção pélvica da mãe ou fetos PIG (Pequenos para idade gestacional-) e GIG ( grandes para a idade gestacional-geralmente ligados à diabete). Por outro lado, as rotações fetais dentro do útero podem provocar movimentos respiratórios espontâneos, resultando em aspirações intra-uterina, eliminação e aspiração de mecônio (fezes do feto).

Entretanto, na fase do nascimento os pontos que merecem atenção são os chamados partos prolongados o precipitados, crianças tiradas depois, ou antes, do tempo adequado. Nesses casos, torna-se indispensável o diagnóstico do médico para definir a melhor hora. Quando ocorre antes, com um feto ainda imaturo, ele não realiza movimentos para sair ou não consegue respirar sozinho ou, até mesmo, aspira secreções das mais diversas. Outro fator considerado relevante, nesse momento, é o sangramento da mãe e prolapso de cordão umbilical, que é a saída do cordão primeiro do que o corpo, o que pode provocar o rompimento dele com risco de hemorragia grave. O médico rapidamente deve recolocar o cordão para dentro e fazer manobras para posicionar corretamente a criança.

Fatores que Contribuem para Asfixia Fetal
Embora não existam fatores prévios predominantes que contribuam a anoxia fetal, alguns deles acontecem com mais freqüência. Entre as doenças fetais destacam-se infecção intra-uterina, imaturidade pulmonar, taquicardia ou ritmo fetal irregular. Já entre os fatores maternos temos hemorragia, placenta prévia, idade materna avançada, grande multiparidade, eclampsia ou pré-eclampsia, diabete, anemia severa e doença cardiorrespiratória.

Avaliação e Atendimento da Criança após o Parto
O diagnóstico pós-natal é feito, na maioria das vezes, pelo escore de Apgar, sistema criado pela Dra. Virginia Apgar, mundialmente conhecido até por pais e mães; que se propõe a analisar e pontuar cinco itens: aparência, pulso (freqüência cardíaca), careta (demonstração de irritabilidade a colocação do cateter nasal), atividade do tônus muscular e respiração (esforço respiratório). A avaliação é feita sempre entre o primeiro e o quinto minuto; mas, enquanto estiver abaixo de sete, deve ser repetido de cinco em cinco minutos até obter o escore bom, que vai de 8 a10.

Quadro 1
ESCORE Pontuação

0___1___2____3____4____5____6____7____8_____9_____10
 
 
Pontuação:
(exemplo)
Vale 0 Vale 1 Vale 2
Aparência:
1 Cianótico (cor azulada)
Rosado/com as extremidades cianóticas
Extremidades:
rosado
Pulso:
2
Ausente
Abaixo de 100
Acima de 100
Careta:
2
sem resposta
careta
tosse ou respiro
Atividade Muscular:
2
hipotônico
alguma flexão
flexão
Respiração:
2
Ausente
débil-irregular
choro forte
Total
9
0 - 2 (baixo)
3 - 7 (médio)
8 - 10 (alto)
 
Exemplificando: um recém-nascido que recebe apgar 9, considerada uma ótima pontuação, recebeu nota em quatro dos cinco itens da coluna 2 e mais 1 nota em um dos itens da coluna 1, talvez aquele de extremidades azuladas- mãos ou pés, que pode acontecer até por ter sido levado para uma sala fria e não, necessariamente, por depressão respiratória.

Conduta em Relação ao Ascore de Apgar
Apgar de 8 a 10, nenhuma asfixia. Os cuidados a serem tomados com a criança são normais para recém-nascidos

Apgar 5 - 7, asfixia leve. Estímulos: tapinhas nas plantas dos pés, fricção nas costas, evitando manobra mais fortes; oxigenação com atmosfera enriquecida de oxigênio (máscara colocada diretamente na face da criança).

Apgar 3-4, asfixia moderada. Estando a pulsação abaixo de 100 batimentos por minuto, apesar da utilização dos estímulos e oxigênio facial, deve-se providenciar ventilação através máscara especial. O controle da eficiência é feito através da melhoria da cor, movimentação da parte superior do tórax e melhoria da freqüência cardíaca.

Apgar 0-2, asfixia severa, é necessário procedimentos de ressuscitação através da desobstrução das vias áreas, ventilação e controle da movimentação do tórax. Após isso, persistindo a baixa freqüência cardíaca, a criança deve ser intubada imediatamente e realizada massagem cardíaca por pessoa habilitada.

Muda o Perfil das Patologias Perinatais
Os cuidados intensivos na fase neonatal avançaram tanto nos últimos anos que atualmente um recém-nascido sobrevive com 500g de peso. Os tipos das patologias mais comuns de mortandade infantil para este segmento também sofreram modificações significativas. Um estudo italiano (Bosman et Al,) realizado sobre 2.410 autópsia de recém nascidos entre 1975 e 1989 constatou como principais causas a anoxia-hipoxia (29%), má formação (27%0, infecções (26%) e prematuridade(14%). No entanto, entre os últimos anos do período pesquisado 1982 a 1989, houve mudanças importantes: má formação (40%), prematuridade (21%) ascenderam e anoxia-hipoxia (18%) e infecções (9%) baixaram.

Como fazer uma Boa Prevenção
Os eventos perinatais descritos anteriormente que induzem ao nascimento, recém-nascidos com problemas podem ser evitados. A previsão, o reconhecimento e, quando necessário, a intervenção, se constituem medidas eficazes para aliviar os resultados da asfixia fetal. Para o Dr. Telmo Diamante, pediatra, o importante para prevenir a asfixia neonatal é um bom pré-natal da mãe, que deve fazer no mínimo seis visitas ao seu obstetra do convênio, ou posto de saúde ou privado. O médico fará a avaliação, pedirá os exames de rotina; exames de sangue, urina, diabete, verificação de infecções tipo sífilis e HIV. Às vezes surge a preocupação com algum sintoma, acrescenta ele, e aparece uma infecção desconhecida pela mãe na urina ou é detectado o vírus de HIV. Encontrando qualquer patologia, o médico tratará as causas. Caso ela esteja com anemia, fará reposição através de uma dieta balanceada e sulfato ferroso; identificando-a como portadora do vírus HIV, o procedimento envolve também o feto. A partir daquele momento, a mãe iniciará o tratamento e será encaminhada para um hospital especializado para esse tipo de paciente de forma que a criança, ao nascer, receba imediatamente as doses dos medicamentos indicados para prevenir qualquer tipo de infecção.

A melhor forma de evitar danos à criança recém-nascida, como já foi enfatizado, é um pré-natal assistido pelo médico, exames periódicos para identificar problemas na mãe e no feto e tratá-los desde início da gestação.
 
Fonte Boa Saúde

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