Exame oftalmológico: ele deve fazer parte do check-up periódico |
Não só de miopia e astigmatismo vivem os exames oftalmológicos. Os olhos têm muito mais a informar sobre a nossa saúde do que apenas os problemas mais comuns da visão.
Por meio de sinais externos visíveis, como olhos saltados ou pálpebras amareladas, ou da análise mais profunda da estrutura do olho é possível identificar uma série de outras condições – sendo diabetes e hipertensão arterial as principais.
Nesse sentido, um dos principais instrumentos preventivos é o exame de fundoscopia, ou exame de fundo de olho, no qual são observadas as estruturas da anatomia interna do olho, como o nervo óptico, a retina, os capilares e as veias da retina.
“Podemos dizer que o olho é a janela para todo o sistema microvascular”, afirma o oftalmologista Aldo Barcia Fonseca, diretor-médico da Clínica de Olhos São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro.
Fonseca explica que o exame permite observar a trama vascular mais diminuta, chamada de capilares, que irriga a retina. Caso sejam detectadas alterações nos capilares dos olhos, pode-se presumir que as mesmas estejam presentes em outros órgãos que têm capilares – como coração, rins e cérebro. Assim, por meio de um exame de fundoscopia, é possível diagnosticar problemas de saúde como diabetes, hipertensão, anemias etc.
“Mas é importante dizer que o diabetes, por exemplo, só surge na fundoscopia após cinco anos, em média, de doença clínica presente no indivíduo com mau controle da doença, ou seja, a melhor maneira de diagnosticar estas enfermidades é fazer exames clínicos de rotina para evitar a doença na retina”, ressalta o especialista.
Desde que treinado adequadamente, todo profissional da área de saúde pode realizar o exame, incluindo, além de oftalmologistas, pediatras, clínicos gerais e neurologistas. A indicação médica é de que a fundoscopia seja realizada rotineiramente, desde o nascimento, em todas as consultas oftalmológicas.
Além disso, é importante estar atento também a alguns sinais visíveis, que podem ser facilmente observados no espelho, por exemplo, e que podem indicar que algo não vai bem com a saúde. O ideal é, ao se deparar com alguma dessas evidências, procurar um especialista para investigá-la mais a fundo.
“Os olhos saltados são um bom exemplo, isso pode ser um sinal de hipertireoidismo. O movimento irregular dos olhos pode indicar problemas neurológicos, e placas amareladas nas pálpebras, um sinal de colesterol elevado” exemplifica a oftalmologista Paula Cottini Ribeiro, do Vita Check-Up Center, do Rio de Janeiro.
A especialista faz o alerta: é fundamental que o exame de fundo de olho seja incluído como parte de qualquer check-up preventivo, principalmente a partir dos 40 anos.
“Porém, por ser um exame que auxilia sempre no controle e na evidência de doenças sistêmicas e/ou primárias, desde o nascimento é importante fazê-lo.”
Cuide bem dos seus olhos:
- Quando exposto ao sol, use sempre óculos escuros com proteção comprovada aos raios UVA e UVB
- No verão, além de óculos escuros que protejam do sol (mais intenso nesta época do ano), pode ser necessário mais lubrificação ocular. Isso pode ser feito com o uso de lubrificantes oculares
- Já no inverno, os casos de alergias e resfriados necessitam de higiene adequada e uso de colírios antialérgicos, que evitam a piora dos sintomas de vermelhidão ou edema dos olhos
- Mantenha uma alimentação balanceada, com boa ingestão de vitaminas essenciais para os olhos, como vitamina A e ômega 3
- Ao usar o computador ou assistir TV, por exemplo, lembre-se de piscar mais vezes: a atenção em alguma atividade faz diminuir a frequência de piscadas, acarretando ardor e desconforto nos olhos
- Use óculos de segurança nos trabalhos que envolvem risco de perfuração, assim como na prática de esportes de contato físico e também para a prevenção de traumas
- Quem tem história familiar de glaucoma, degeneração macular relacionada à idade, trabalha muito exposto ao sol ou tem a pele negra tem uma propensão maior ao glaucoma e deve realizar a fundoscopia anualmente
Fonte iG
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