Pesquisa avaliou o conhecimento da população sobre hipertensão e dislipidemia em
oito capitais
Hipertensão e dislipidemia ainda são um mistério para muitos brasileiros. É o
que revela uma pesquisa realizada pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals com o
apoio dos Departamentos de Aterosclerose e de Hipertensão Arterial da Sociedade
Brasileira de Cardiologia. O estudo entrevistou 7 mil pessoas em oito capitais
(São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Brasília
e Porto Alegre).
Apenas 30% dos entrevistados responderam que a hipertensão é uma doença
crônica caracterizada pelo aumento da pressão arterial e 92% dos participantes
não souberam responder sobre a dislipidemia, uma condição patológica que afeta
milhões de brasileiros, cujos níveis de colesterol no sangue estão aumentados.
De acordo com o cardiologista Hermes Xavier, presidente do Departamento de
Aterosclerose, o desconhecimento dos brasileiros sobre os principais fatores de
risco para a doença cardiovascular é preocupante, por isso a importância de
campanhas de prevenção e ações que levem melhor informação à população.
Hipertensão
A hipertensão arterial, definida pelo nível de pressão arterial maior ou
igual a 140x90 mmHg, muitas vezes não tem uma causa conhecida. Histórico
familiar, alimentação rica em sal (sódio), estresse, obesidade, sedentarismo e o
envelhecimento são fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença. Nesse
aspecto, a pesquisa demonstrou que os brasileiros reconhecem os seguintes
fatores de risco para a hipertensão arterial: obesidade (18%), sedentarismo
(18%), estresse (12%), ingestão de sal em excesso (10%) e fatores hereditários
(5%). Entre os participantes da pesquisa, 14% não souberam associar a nenhuma
das opções e 23% escolheram outros fatores.
Se não identificada e tratada adequadamente, a hipertensão arterial, junto
com outros fatores, pode levar a: acidente vascular cerebral (AVC), infarto do
miocárdio e insuficiência cardíaca, entre outros. Nas respostas da pesquisa, 20%
dos entrevistados consideraram como complicação da hipertensão o AVC. Os
seguintes fatores também foram citados pelos entrevistados como complicações da
hipertensão: obesidade (14%), morte súbita (13%) e infarto do miocárdio (12%).
Outros 17% não souberam responder.
Os sintomas da hipertensão arterial mais citados pelos entrevistados foram
queda de cabelo (14%), tontura e dores de cabeça (11%), muita sede e fome (10%),
calor excessivo (10%), vontade de urinar repetidamente (8%) e taquicardia (8%).
— Na maioria das vezes a hipertensão é uma doença silenciosa e o diagnóstico só é possível medindo a pressão arterial. Quando presentes, os sintomas mais frequentes são dores na nuca, dores de cabeça, inchaço nas pernas ao final do dia, aumento do volume e da frequência da diurese, inclusive no período noturno — informa o Weimar Sebba Barroso, presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O diagnóstico é feito por meio da aferição da pressão arterial com o
esfigmomanômetro. Apenas 24% dos entrevistados souberam responder a esta
pergunta. Considera-se hipertensão um valor maior ou igual a 14 por 9. Estima-se
que a hipertensão atinja cerca de 30 a 35% da população brasileira adulta,
chegando a mais de 50% após os 60 anos. O tratamento da hipertensão demanda a
adoção de hábitos saudáveis como a prática de atividades físicas, o controle da
ingestão de sal e o tratamento medicamentoso.
Dislipidemia
De acordo com o Ministério da Saúde, a dislipidemia (desequilíbrio dos níveis
de colesterol) é um dos principais fatores de risco para doenças
cardiovasculares, que são responsáveis por 31,3% das mortes de adultos no
Brasil. No entanto, apenas 8% dos entrevistados conhecem a doença, conforme
dados coletados na pesquisa realizada pela Bayer. O desconhecimento se mostra
também quando são perguntados sobre os fatores de risco para desenvolver a
doença, pois somente 6% responderam como fator de risco a alimentação com
excesso de gordura.
— O ideal é que o nível de colesterol total no sangue fique abaixo de 200
miligramas por decilitro (mg/dl) — informa Hermes Xavier, presidente do
Departamento de Aterosclerose.
Apenas 18% dos entrevistados na pesquisa sabem que o diagnóstico da
dislipidemia se dá por meio de um exame de sangue. Os níveis elevados de
colesterol estão associados a doenças coronarianas e aterosclerose (obstrução
dos vasos causado pela deposição de gordura), mas 36% dos brasileiros não sabem
os riscos que isto representa, segundo a pesquisa. Apenas 9% indicaram AVC, 5%
indicaram a obstrução das artérias por placas de gordura e 5% infarto do
miocárdio como consequências da dislipidemia.
Os pacientes que apresentam desequilíbrio dos níveis de colesterol no sangue
devem optar por um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e uma
rotina de atividade física. No entanto, pode ser também recomendado um
tratamento medicamentoso que será definido conforme as necessidades e metas a
serem atingidas. Entre os medicamentos disponíveis no mercado encontramos as
estatinas, que são inibidores da produção do colesterol no fígado, como a
sinvastatina, a ezetimiba (Ezetrol), potente inibidor da absorção do colesterol
intestinal, e também a associação de ambos, ezetimiba + sinvastatina (Zetsim).
Fonte Zero Hora
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