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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Brasileiros desconhecem fatores de risco para doenças cardiovasculares

Pesquisa avaliou o conhecimento da população sobre hipertensão e dislipidemia em oito capitais
 
Hipertensão e dislipidemia ainda são um mistério para muitos brasileiros. É o que revela uma pesquisa realizada pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals com o apoio dos Departamentos de Aterosclerose e de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O estudo entrevistou 7 mil pessoas em oito capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre).
 
Apenas 30% dos entrevistados responderam que a hipertensão é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da pressão arterial e 92% dos participantes não souberam responder sobre a dislipidemia, uma condição patológica que afeta milhões de brasileiros, cujos níveis de colesterol no sangue estão aumentados.
 
De acordo com o cardiologista Hermes Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose, o desconhecimento dos brasileiros sobre os principais fatores de risco para a doença cardiovascular é preocupante, por isso a importância de campanhas de prevenção e ações que levem melhor informação à população.
 
Hipertensão
A hipertensão arterial, definida pelo nível de pressão arterial maior ou igual a 140x90 mmHg, muitas vezes não tem uma causa conhecida. Histórico familiar, alimentação rica em sal (sódio), estresse, obesidade, sedentarismo e o envelhecimento são fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença. Nesse aspecto, a pesquisa demonstrou que os brasileiros reconhecem os seguintes fatores de risco para a hipertensão arterial: obesidade (18%), sedentarismo (18%), estresse (12%), ingestão de sal em excesso (10%) e fatores hereditários (5%). Entre os participantes da pesquisa, 14% não souberam associar a nenhuma das opções e 23% escolheram outros fatores.
 
Se não identificada e tratada adequadamente, a hipertensão arterial, junto com outros fatores, pode levar a: acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca, entre outros. Nas respostas da pesquisa, 20% dos entrevistados consideraram como complicação da hipertensão o AVC. Os seguintes fatores também foram citados pelos entrevistados como complicações da hipertensão: obesidade (14%), morte súbita (13%) e infarto do miocárdio (12%). Outros 17% não souberam responder.
 
Os sintomas da hipertensão arterial mais citados pelos entrevistados foram queda de cabelo (14%), tontura e dores de cabeça (11%), muita sede e fome (10%), calor excessivo (10%), vontade de urinar repetidamente (8%) e taquicardia (8%).

— Na maioria das vezes a hipertensão é uma doença silenciosa e o diagnóstico só é possível medindo a pressão arterial. Quando presentes, os sintomas mais frequentes são dores na nuca, dores de cabeça, inchaço nas pernas ao final do dia, aumento do volume e da frequência da diurese, inclusive no período noturno — informa o Weimar Sebba Barroso, presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
 
O diagnóstico é feito por meio da aferição da pressão arterial com o esfigmomanômetro. Apenas 24% dos entrevistados souberam responder a esta pergunta. Considera-se hipertensão um valor maior ou igual a 14 por 9. Estima-se que a hipertensão atinja cerca de 30 a 35% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos. O tratamento da hipertensão demanda a adoção de hábitos saudáveis como a prática de atividades físicas, o controle da ingestão de sal e o tratamento medicamentoso.
 
Dislipidemia
De acordo com o Ministério da Saúde, a dislipidemia (desequilíbrio dos níveis de colesterol) é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, que são responsáveis por 31,3% das mortes de adultos no Brasil. No entanto, apenas 8% dos entrevistados conhecem a doença, conforme dados coletados na pesquisa realizada pela Bayer. O desconhecimento se mostra também quando são perguntados sobre os fatores de risco para desenvolver a doença, pois somente 6% responderam como fator de risco a alimentação com excesso de gordura.
 
— O ideal é que o nível de colesterol total no sangue fique abaixo de 200 miligramas por decilitro (mg/dl) — informa Hermes Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose.
 
Apenas 18% dos entrevistados na pesquisa sabem que o diagnóstico da dislipidemia se dá por meio de um exame de sangue. Os níveis elevados de colesterol estão associados a doenças coronarianas e aterosclerose (obstrução dos vasos causado pela deposição de gordura), mas 36% dos brasileiros não sabem os riscos que isto representa, segundo a pesquisa. Apenas 9% indicaram AVC, 5% indicaram a obstrução das artérias por placas de gordura e 5% infarto do miocárdio como consequências da dislipidemia.
 
Os pacientes que apresentam desequilíbrio dos níveis de colesterol no sangue devem optar por um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e uma rotina de atividade física. No entanto, pode ser também recomendado um tratamento medicamentoso que será definido conforme as necessidades e metas a serem atingidas. Entre os medicamentos disponíveis no mercado encontramos as estatinas, que são inibidores da produção do colesterol no fígado, como a sinvastatina, a ezetimiba (Ezetrol), potente inibidor da absorção do colesterol intestinal, e também a associação de ambos, ezetimiba + sinvastatina (Zetsim).
 
Fonte Zero Hora

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