Organização Mundial de Saúde estipula que o consumo máximo diário de sal seja de menos de cinco gramas por dia. O IBGE revela, no entato, que esse número está em 12 gramas atualmente |
Apesar de ter papel importante no organismo e contribuir para um bom
funcionamento do corpo, o consumo abusivo do sal de cozinha pode trazer
problemas à saúde. O excesso de sódio, principal componente do sal de cozinha,
está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, de doenças
cardiovasculares e renais, entre outras, que estão entre as primeiras causas de
internações e óbitos no Brasil e no mundo.
O sódio é responsável pela regulação dos líquidos que ficam dentro e fora das
células. Quando há excesso do nutriente, há uma alteração no equilíbrio entre
esses líquidos. O organismo retém mais água, que aumenta o volume de líquido,
sobrecarregando o coração e os rins. A pressão alta prejudica a flexibilidade
das artérias e ataca os vasos, coração, rins e cérebro. Dados da Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel 2011) do Ministério da Saúde revelam que 22,7% dos brasileiros têm
diagnóstico de hipertensão.
Por dentro, os vasos são cobertos por uma fina camada, que é lesionada quando
o sangue circula com pressão elevada. Com isso, eles se endurecem e ficam
estreitos, podendo entupir ou romper com o passar dos anos. O entupimento de um
vaso no coração pode levar a um infarto e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC),
conhecido como derrame. Nos rins, podem ocorrer alterações na filtração do
sangue e até a paralisação dos órgãos.
Recomendação é de cinco gramas por pessoa
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estipula que o consumo máximo diário de
sal é de menos de cinco gramas por pessoa. O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) revela, no entanto, que o consumo do brasileiro está em 12
gramas diários. Se o consumo de sódio for reduzido, os óbitos por acidentes
vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%.
Ainda estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisaria de medicação para
hipertensão e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.
De olho nos rótulos
Uma das maneiras mais práticas de diminuir o consumo de sódio é observar as
informações nutricionais no verso das embalagens ao comprar alimentos
industrializados. Se a quantidade for superior a 400mg em 100g do alimento, é
considerado um alimento rico no nutriente, sendo prejudicial à saúde. É
recomendável sempre por escolher aquele que apresentar menos sódio.
– Além de reduzir a quantidade de sal no preparo da comida, podemos
substituí-lo por outros condimentos, que inclusive vão dar um sabor melhor. É
preferível utilizar ervas desidratadas e temperos naturais, como salsa,
cebolinha, pimenta e outros. O uso de temperos industrializados também deve ser
evitado, pois contêm alto teor de sódio – recomenda Patrícia Jaime, coordenadora
de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.
Para contribuir com a diminuição do consumo de sódio, o Ministério da Saúde
firmou um acordo com a indústria alimentícia pela redução gradual do teor de
sódio em alimentos processados. Desde 2011, governo federal fechou três termos
de compromisso para que várias categorias de alimentos sejam produzidas com
menos sódio.
A previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de 20 mil
toneladas de sódio. O acordo determina acompanhamento das informações da
rotulagem nutricional dos alimentos e as análises laboratoriais de produtos
coletados no mercado.
Fonte Zero Hora
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