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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Falta de ar recorrente pode indicar graves problemas de saúde

Diagnóstico varia entre insuficiência cardíaca e insuficiência respiratória

A falta de ar ou "dispneia" (termo médico) é a sensação de que o a respiração não está sendo satisfatória. Em outras palavras, o cérebro entende que a ação de ventilar (ato de inspirar e expirar o ar) não é suficiente para suprir a demanda do corpo. A dispneia não é fisiológica e deve, sim, ser vista com preocupação. Vamos revisar algumas das causas mais comuns de dispneia e por que devemos dar atenção a isso.

Insuficiência cardíaca aguda (IC aguda)
Apresentação: dor no peito (comum em angina, infarto do miocárdio ou embolia pulmonar), desmaios, respiração curta, veias do pescoço aumentadas de volume e coração acelerado (taquicardia). Às vezes, o quadro surge associado à tosse com espuma rosada e, frequentemente, aparece sem causa aparente, de forma súbita. Pessoas com fatores de risco, como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, diabetes e obesidade, correm perigo aumentado.

Por que se preocupar?
A IC aguda geralmente está relacionada à doença coronariana (infarto) e outros quadros graves que acometem o coração. O risco de arritmias graves é muito elevado, em especial nas primeiras horas do quadro. Em casos de dissecção da aorta (aorta "rompe" espontaneamente) e em alguns tipos de infarto a mortalidade na primeira hora chega a 50% dos casos.

Insuficiência cardíaca crônica (IC crônica)
Apresentação: geralmente associada a infarto antigo, hipertensão mal controlada, doença de Chagas e outras miocardites. Surge gradualmente e vem acompanhada de inchaço nas pernas, cansaço que aumenta mesmo com esforços diminuídos, constipação, inapetência, tosse seca e redução do volume urinário. O aumento do tamanho do fígado e edema pulmonar também surgem gradualmente.

Por que se preocupar?
A IC crônica surge no momento em que o seu coração já esgotou todos os mecanismos compensatórios e está "perdendo" para o restante do corpo. Se diagnosticada e tratada no início, as causas de IC podem ser equilibradas e até revertidas. O dano após determinado ponto pode ser irreversível. A maior causa de necessidade de transplante cardíaco é a IC crônica.

Insuficiência respiratória crônica (IR Pulmonar)
Apresentação: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é a maior causa de IR crônica. O tabagismo, a exposição à alérgenos e poeiras em locais de trabalho e, raramente, algumas deficiências genéticas, podem causar quadro progressivo e, eventualmente, irreversível de lesão dos pulmões (em especial os alvéolos, a menor unidade funcional dos pulmões, nos quais o oxigênio é trocado por gás carbônico), tornando o pulmão "careca", não funcional. Assim, a pessoa fica "afogada" em ar ambiente.

Por que se preocupar?
A DPOC aumenta o risco cirúrgico de forma independente e pode exigir intubação prolongada em caso de cirurgias eletivas. As infecções pulmonares são frequentes, com múltiplas internações por pneumonias com bactérias multirresistentes, que são mais complicadas de ser tratadas.

IR aguda pulmonar (não infecciosa)
Apresentação: chiado no peito, especialmente quando o clima está frio, tosse seca e alergias são associações frequentes na asma.

Por que se preocupar?
A asma pode matar. Hoje em dia, o número de óbitos pela doença caiu, mas ainda ocorrem. Pacientes com asma e bronquite se beneficiam da identificação de alérgenos e de tratamentos preventivos de crises.

IR aguda/ subaguda (infecciosa)
Apresentação: febre, tosse com escarro, prostração e dispneia são sintomas de pneumonia. As infecções pulmonares podem levar rapidamente a quadros de inflamação sistêmica, induzida pela liberação de proteínas da bactéria ou do vírus na circulação.

Por que se preocupar?
As infecções são uma das cinco maiores causas de óbito no mundo e uma das três principais no Brasil. Quando diagnosticadas em fase inicial, o tratamento antibiótico oferece excelente resposta.

A falta de ar não é benigna, não é "normal" e existe, sim, risco de complicações aumentado em determinados casos. Se identificar o sintoma, procure seu médico.

Fonte Minha Vida

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