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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Hepatite C terá novas opções de tratamento

Um novo grupo de medicamentos contra hepatite C pode permitir tratamentos mais curtos e com menos efeitos colaterais, segundo resultados de testes apresentados no Congresso da Associação Americana para o Estudo das Doenças do Fígado, realizado em Boston (EUA) no início deste mês.
 
O combate à hepatite vem sendo reforçado por novas drogas, como os antivirais de ação direta boceprevir e telaprevir, que foram aprovados no Brasil em 2011 e devem começar a ser distribuídos na rede pública em 2013.
 
Os remédios têm como alvo partes do vírus envolvidas em sua multiplicação.
 
Apesar de apresentarem eficácia alta no combate à infecção (80% de chance de cura), esses dois medicamentos ainda precisam ser administrados junto com a dupla de drogas usada já há anos no combate à doença.
 
Assim, o boceprevir ou o telaprevir se somam à ribavirina, que controla a multiplicação do vírus causador da doença, e ao interferon, um modulador do sistema imune que evita a resistência ao tratamento.
 
Editoria de Arte/Folhapress
Efeitos colaterais
De acordo com o hepatologista Raymundo Paraná, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), a combinação desses medicamentos causa alterações do paladar, alergias e anemia.
 
"Cerca de 60% dos pacientes têm anemia. Na maior parte dos casos, é possível administrar isso, mas 5% precisam realizar transfusões."
 
Uma das vantagens da "terceira geração" de drogas que está em testes agora é a possibilidade de uma terapia feita sem o interferon, fonte de efeitos colaterais debilitantes para os pacientes.
 
Isso é possível, segundo Paraná, porque os medicamentos novos são mais potentes que o boceprevir e o telaprevir e não permitem que o vírus se torne resistente.
 
O hepatologista Edison Parise, presidente-eleito da Sociedade Brasileira de Hepatologia, destaca, além da redução dos efeitos colaterais, o tempo menor do tratamento. O boceprevir ou telaprevir são usados por até um ano.
 
As pesquisas dos novos medicamentos, que devem levar até três anos para entrar no mercado, mostram que os tratamentos podem ser completados em três meses ou em um prazo até menor.
 
Além disso, diz Parise, o novo esquema vai ser uma opção para os doentes que não respondem mais ao interferon, o que inviabiliza os tratamentos atuais.
 
Quatro indústrias farmacêuticas têm medicamentos dessa classe em teste. Centros brasileiros foram qualificados para entrar nas pesquisas, mas ainda não conseguiram. Parise (que é professor associado da Unifesp) e Paraná atribuem isso à demora nos trâmites burocráticos.
 
Ainda estão em avaliação as melhores combinações dos novos antivirais. Parise compara os novos esquemas sem interferon ao coquetel anti-HIV. "Como no coquetel, vamos usar esses inibidores de protease e polimerase, que são remédios complementares, evitando a resistência. A vantagem do HCV em relação ao HIV é que, uma vez que você o erradica, ele não volta."
 
Fonte Folhaonline

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