Manter relações é seguro, mas não tem qualquer efeito sobre a duração da
gestação
Apesar das crenças populares de que fazer sexo durante os estágios mais
avançados da gravidez podem antecipar o parto, um novo estudo conduzido por
pesquisadores da Malásia afirma que manter relações sexuais não afeta a duração
do período de gestação.
"Estamos desapontados. Não encontramos nada que sustente a associação", disse
Tan Peng Chiong, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de
Malaya e um dos autores do estudo. "Teria sido legal para os casais ter algo
seguro e efetivo com que pudessem contar para antecipar o trabalho de parto se
quisessem", completou.
Tan disse que a maioria das mulheres acredita que o sexo pode induzir ao
parto, enquanto cientistas propuseram uma série de explicações biológicas
plausívels para embasar a crença. Uma delas aponta que o semem contém uma
substância hormonal chamada prostaglandina, que é usada para estimula o trabalho
de parto a forma sintética. Outra indica que o orgasmo ativa contrações
uterinas.
Para ele, porém, a crença provavelmente nasceu da "perpecpção popular de que
sexo na gravidez pode ser inseguro para o feto e causar sua 'expuslão', apesar
de todas as evidências provando o contrário." Mas poucos trabalhos pesquisaram
se o sexo realmente pode induzir ao parto e as poucas evidências existentes são
inconclusivas, afirmaram Tan e seus colegas no BJOG, publicação científica da
área da ginecologia.
"A indução ao parto em gestações prolongadas é comum e muitas mulheres ficam
tentadas por uma série de razões a querer encurtar o período de gravidez nos
estágios mais avançados", completou Tan.
O estudo analisou 1,1 mil mulheres grávidas de 35 a 38 semanas (a gravidez
geralmente dura 40 semanas) que não haviam mantido relações sexuais nas últimas
6 semanas. Cerca de metade delas ouviu do médico que manter a vida sexual ativa
ajudaria a induzir o parto, enquanto a outra parte ouviu que sexo durante a
gestação é seguro, mas seus efeitos não eram conhecidos.
Os pesquisadores monitoraram as mulheres para determinar quanto a gravidez
durou e se foi necessária a intervenção médica para o parto. Eles descobriram,
então, que 85% das foram aconselhadas a fazer sexo seguiram a indicação médica,
enquanto as que não foram estimuladas também mantiveram relações.
Os índices de partos induzidos foram similares em ambos os grupos - 22% entre
as que receberam conselhos, e 20,8% entre as que não receberam. A diferença,
dizem os pesquisadores, é tão pequena que pode ter ocorrido ao acaso. A gravidez
durou uma média de 39 semanas para ambos os grupos.
Jonathan Schaffir, professor da Escola de Medicina da Universidade do Estado
de Ohio (Estados Unidos), disse que as descobertas são um bom indício científico
de que o sexo não antecipa o parto. Ele acrescentou que o estudo indica que não
há riscos em manter relações durante a gestação. "Mesmo que esse estudo não
mostre nenhum aumento ou diminuição na taxa de indução de parto, ajudou a
embasar a ideia de que fazer sexo é seguro", concluiu.
Fonte Estadão
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