No Brasil, 43% dos partos são cesarianos, o que contraria o
recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz que essa técnica
deve abranger apenas 15% dos casos e quando o procedimento natural representa
riscos para o bebê ou para a mãe. Contudo, a praticidade de saber o dia e hora
do nascimento oferecida pela cesariana, faz com esse seja o método escolhido boa
parte dos pais e dos médicos.
Mas a mulher pode optar por outras modalidades de parto na hora
de ter o filho: parto de cócoras, na água, natural, entre outros. Apresentamos
abaixo algumas formas de parto.
É a forma mais antiga de parto: vaginal e sem procedimentos de
intervenção, como anestesia ou episiotomia (incisão no períneo) e indução. A
função do profissional de saúde nesse tipo de parto é acompanhar o ritmo dos
acontecimentos e a movimentação da mulher, intervindo apenas quando for
necessário. Em sua essência, é praticamente igual ao parto normal.
Também conhecido como parto vaginal, essa forma de dar a luz é
a tida como convencional. A mulher entra em trabalho de parto e o bebê nasce no
tempo correto. Diferente do parto natural, são utilizadas anestesias modernas,
como a peridural e a raque, que aliviam as dores, mas permitem que a mãe
participe ativamente do processo.
Procedimentos como lavagem intestinal e raspagem dos pêlos
pubianos estão cada vez mais sendo deixados de lado, e, apenas quando
necessário, é feita a indução (estimulo das contrações com medicamentos ou com o
rompimento precoce da bolsa).
Mais conhecida como cesariana, essa forma de parto é cirúrgica
e deve ser realizada apenas em casos de emergência, quando o bebê não está na
posição adequada para o parto normal ou a mãe sofra de algum problema de saúde
(infecção por herpes genital, hipertensão materna mal controlada, pré-eclampsia,
diabetes). Contudo, sua prevalência ainda é alta no Brasil, devido à praticidade
que oferece aos pais e médicos por ter data e horário pré-definidos para o
nascimento.
Como em qualquer cirurgia, o parto cesariano traz riscos
durante a operação e no pós-operatório. Geralmente, utiliza-se a anestesia raque
ou a peridural, mas, em casos excepcionais, é necessária anestesia geral. A
recuperação da mãe nesses casos é mais lenta e mais passível a complicações,
além de ser mais dolorida e apresentar maior risco de infecções.
Algumas mulheres optam por ter seus filhos na água, o que é
menos traumático para o bebê, que sai de um líquido quente para outro. Realizado
em uma banheira com água na temperatura de 37º, a mãe pode ter ajuda de um
acompanhante, mas o parto deve ser realizado por profissionais experientes na
técnica.
O parto na água morna proporciona um aumento na irrigação sanguínea, diminuição da pressão arterial e relaxamento muscular, diminuindo assim as dores. A água proporciona maior dilatação do colo do útero e maior flexibilidade ao períneo.
Entretanto, esse tipo de parto não é recomendado para
prematuros, casos de presença de mecônio, sofrimento fetal, mulheres com
sangramento excessivo, diabetes, HIV positivo, Hepatite-B, Herpes Genital ativo
e bebês grandes (com 4 kg ou mais) ou que precisem de monitoramento
contínuo.
Antigamente utilizado pelas índias, o parto de cócoras tem os
mesmos princípios do parto normal, com a vantagem de ser mais rápido. A mãe, em
vez de ficar deitada, fica na posição de cócoras. Nesse tipo de parto é
necessário um acompanhante para dar suporte com o corpo atrás da mulher.
Por estar na posição horizontal, a gravidade atua
intensificando as contrações e facilitando a saída da criança. Essa posição
ainda traz outros benefícios para a saúde da mulher, que não sofre compressão de
importantes vasos sanguíneos (o que poderia levar ao sofrimento fetal) e a área
da pelve é aumentada em até 40%, além da elasticidade do períneo ser menos
comprometida. Pesquisa realizada por Janet Balaskas, líder do movimento pelo
parto ativo na década de 1980 em Londres, comprovou que mulheres que têm seus
filhos por essa forma de parto sofrem menos com depressão pós-parto e têm menos
dificuldade de amamentar.
O fórceps é um instrumento semelhante a uma pinça cujas
extremidades têm o formato de uma colher. Esse procedimento só é utilizado em
casos específicos e nos últimos momentos do parto via vagina (natural, normal,
de cócoras ou na água), como forma de poupar a mãe e a criança
Também conhecido como “Nascimento sem Violência”, esse método
foi criado pelo médico francês Frédérick Leboyer e introduzido no Brasil na
década de 1970. É realizado a pouca luz e no maior silêncio possível. O bebê não
recebe a famosa palmadinha no bumbum (que é o que faz a criança chorar e abrir
os pulmões), sendo que essa transição é feita de maneira suave, esperando o
cordão umbilical parar de pulsar. A amamentação é precoce e o banho realizado
junto com os pais.
Segundo alguns psicanalistas, esse tipo de parto reduz o trauma
que significa para a criança a saída do útero. Estudos com crianças que nasceram
por esse método mostram que essas são mais seguras, tornam-se autônomas mais
cedo e são emocionalmente mais equilibradas.
Copyright © 2011 Bibliomed, Inc. 22 de
setembro de 2011
Por Boa Saúde
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