Estudo sugere que parte do cérebro conhecida por influenciar apenas na memória também desempenha papel na diferenciação de objetos
Cientistas da Georgia Tech University, nos EUA, descobriram que a perda de memória em pessoas com Alzheimer em estágio inicial pode ocorrer devido, em parte, a dificuldades na percepção dos objetos.
Os resultados fornecem novas evidências de que uma parte do cérebro, conhecida por ter influência apenas na memória, o lobo temporal medial, também desempenha um papel na diferenciação de objetos.
Comprometimento cognitivo leve (MCI) é uma doença comumente classificada como precursora da doença de Alzheimer. Os investigadores testaram pacientes com MCI para sua capacidade de determinar se duas imagens colocadas lado a lado eram diferentes ou idênticas.
Nos ensaios com alta interferência, muitas fotos da mesma imagem foram mostradas. As fotos variaram apenas um pouco quando não formavam uma combinação perfeita, seja por forma, cor ou padrão de preenchimento. Como esperado, os pacientes com MCI lutaram para identificar os pares idênticos.
Nos ensaios de baixa interferência, esses objetos idênticos foram intercalados com ensaios em que as imagens eram mais extremas e muito diferentes. Por exemplo, uma imagem de uma borboleta foi mostrada ao lado de uma foto de um micro-ondas. Intercalando os muitos objetos semelhantes com fotos de objetos muito diferentes reduziu a quantidade de interferência.
"Minimizar o grau de interferência da percepção melhorou a diferenciação dos objetos pelos pacientes, reduzindo o número de recursos visuais semelhantes", afirma a pesquisadora Rachel Newsome.
Os resultados sugerem que, sob certas circunstâncias, reduzir a "poluição visual" poderia ajudar pacientes com MCI nas tarefas diárias. Por exemplo, os botões de um telefone tendem a ser do mesmo tamanho e cor. Apenas os números são diferentes - uma diferença visual muito pequena para alguém que luta com a percepção do objeto. Uma solução poderia ser usar um telefone com vários botões de tamanhos e cores diferentes.
Segundo uma das autoras do estudo, Audrey Duarte, as pessoas costumam associar MCI e demência exclusivamente com perda de memória. Agora o estudo mostrou que a memória e a percepção dos objetos ao redor parecem estar interligadas na mesma área do cérebro humano.
"Não só a memória parece ser estreitamente ligada à percepção, mas também é provável que uma afete a outra. Os pacientes de Alzheimer podem ter problemas para reconhecer o rosto de uma pessoa amada, não só porque eles não se lembram, mas também porque eles não são capazes de perceber corretamente a sua combinação de características distintas", concluem os autores.
Fonte isaude.net
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