Em debate promovido pela Anahp, presidente do Einstein conclui que os sistemas que têm capacidade de atender por grau de complexidade estão fadados a não sobreviver a médio e longo prazo
O cenário brasileiro de Urgência e Emergência precisa redimensionar sua visão estrutural, assim como é preciso um reposicionamento da utilização da saúde em portas corretas. Essa é a conclusão do presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Claudio Lottenberg, após debater o tema no Forum Internacional Horizontes Anahp, realizado em São Paulo.
De acordo com o executivo, o crescimento do número de pacientes retrata o aumento de expectativa de vida das pessoas, que trazem consigo um perfil mais complexo e, consequentemente, exigem modelos de atendimento para adequar o fluxo do paciente e a relação capacidade versus demanda.
“Estamos vivendo uma crise dentro do departamento emergencial. Temos visto uma série de questões que nos preocupa dentro dos vários cenários de debate na área de urgência e emergência. É preciso estarmos preparados para encontrarmos respostas que desonerem o sistema de saúde”, considera.
Mas, para Lottenberg, a solução nem sempre está em outros países. Em 2017, por exemplo, a projeção é que o sistema chamado de Obamacare passará a reverter tudo que representa receita em custos. “Se não percebemos capacidades evolutivas não vamos ter condições de suportar um sistema que seja viável. É o que possivelmente poderá acontecer aqui, não só nos Estados Unidos”, diz o executivo.
No Brasil, as instalações hoje como se apresentam demonstram que sua capacidade resolutiva não é adequada. Atualmente os pacientes são mais complexos que no passado e exigem uma visão de time, de compartilhar. Segundo Lottenberg, as necessidades nas perspectivas de qualidades têm que ser focadas no paciente, caso contrário o departamento de urgência e emergência terá custos extremamente elevados. “Vale destacar que a gestão de qualidade dentro do Pronto Atendimento é possível de ser feita por indicadores.”
Os principais desafios considerados são:
- Atender ao grande volume de atendimento sem perder a qualidade
- Adequar a capacidade de atendimento à demanda
- Ajuste no fluxo de atendimento
- Imprevisibilidade (demanda variável e surtos)
- Reserva de leitos para o departamento de emergência
- Equipe qualificada e em número adequado
- Estrutura física adequada para a demanda
- Recursos adequados
- Apoio financeiro federal
“Todo sistema de emergência deve estar acoplado ao sistema de saúde. A meu ver, os sistemas que não tiverem capacidade de atender por grau de complexidade e dentro do atendimento de qualidade são sistemas fadados a não sobreviver a médio e longo prazo”, conclui Lottenberg.
Fonte SaudeWeb
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