O uso indiscriminado dessas substâncias pode causar dependência e problemas cognitivos, como dificuldades de atenção e memória |
A venda de remédios controlados nas farmácias brasileiras cada vez mais tem
aumentado. De acordo com um boletim divulgado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), o campeão entre todos os remédios foi o
clonazepam, o que ajudou a sua classe química, os benzodiazepínicos a ficar em
primeiro lugar. Atrás, vieram dois outros benzodiazepínicos, o bromazepam e o
alprazolam.
Essas medicações são prescritas naquela receita azul que lembra a folha de um
cheque. São os famosos tarjas-preta. Os médicos psiquiatras costumam indicar
esse tipo de medicamento para combater a ansiedade e para provocar o sono, por
isso, eles podem ser chamados também de ansiolíticos, hipnóticos, calmantes,
tranquilizantes, mas no fundo são todos a mesma coisa.
Essas medicações têm a característica de agir rapidamente, ao contrário da
maioria das medicações psiquiátricas. Em questão de minutos, levam a pessoa a um
estado de alívio da ansiedade, de calma e de tranquilidade, favorecendo a
chegada do sono, o que nos leva a entender o porquê de eles estarem tão
populares não balcão das farmácias — explica a psiquiatra Deyvis Rocha.
O problema, como sempre, é quando essas medicações são usadas para casos que
não têm indicação psiquiátrica. A ansiedade é algo extremamente normal. Anormal
é o transtorno de pânico, a ansiedade generalizada, a fobia social. O que não é
cabível é tomar um calmante após ficar nervoso com uma discussão com o marido,
na expectativa de uma prova, enfim, na ansiedade do dia a dia.
O uso indiscriminado dessas substâncias pode causar dependência e problemas
cognitivos, como dificuldades de atenção e memória. O psiquiatra é o
profissional mais indicado para prescrever essa medicação.
Fonte Zero Hora
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