No segundo dia do Saúde Business Forum 2011 , Intercâmbio de Ideias traz a discussão sob o ponto de vista de quem custeia a saúde suplementar: os empregadores
Difícil abordar a saúde suplementar brasileira sem citar a grande participação dos planos empresariais. Por trás deles, está a visão de quem compra o benefício saúde no Brasil: os empregadores. Com essa proposta, o 9° Saúde Business Forum trouxe o tema “Qual a visão de quem compra” para o debate no Intercâmbio de Ideias.
Na manhã dessa sexta-feira (23), quem conduziu o primeiro debate sobre o assunto foi o CFO do Itautec, João Batista Ribeiro. O executivo expôs as dificuldades das empresas em pagar o alto custo dos planos de saúde dos funcionários. No caso da Itautec, isso ocorre com 6.359 empregados e um total de 12.200 vidas. O que representa o segundo maior gasto da empresa, atrás apenas dos salários dos colaboradores.
Atualmente a Itautec tem um custo maior que 5% da folha e a complexidade de lidar com funcionários residentes em mais de 500 municípios. Por tais características, a empresa comporta cinco diferentes planos de saúde. Mas mesmo com tais percalços, Ribeiro acredita na importância de manter o benefício saúde na empresa. “Se não existe o plano de saúde é difícil atrair e reter talentos e na indústria de tecnologia, a mão-de-obra é escassa”.
Ribeiro também apontou alguns desafios para lidar com o setor de saúde: erro de cobertura, cheque-caução, reajustes acima da inflação e sem possibilidade de repasse para os clientes da Itautec, e mudanças no mercado de operadora e o pouco foco nas duas extremidades da cadeia: nos clientes que contratam os planos de saúde e nos pacientes que são a razão da existência do setor.
“Os hospitais têm pouca interação conosco. E, ao final do dia, o usuário pensa no ponto crítico: hospital e operadora”. O impacto do custo para o empregador também se dá no mercado de atuação, afinal como enfrentar concorrentes de outros países que não lidam com esse tipo de problema?”. A principal provocação aos representantes de operadoras e hospitais que estavam na mesa foi o fato do setor constantemente discutir seus problemas de falta de recursos entre seus agentes, sem considerar que para o empregador essa discussão não influencia seu negócio na prática.
Diálogo
Paulo Marcos Senra, diretor da Amil, disse que uma empresa que trabalha com variadas operadoras não facilita a aproximação e a parceria. “Com cinco operadoras fica impossível, parceria é igual a casamento”, provocou.
José Roberto Maciel, CEO do SBT, que também participou do da apresentação com Ribeiro, pontuou que a dificuldade está na falta das informações como um cadastro único com histórico de saúde e a parceria da operadora nas questões de segurança do trabalho, por exemplo. Charles Soulyman, diretor do Pró- Cardíaco também colocou como necessário o acompanhamento do funcionário desde o exame admissional realizando uma análise epidemiológica.
Soulyman também apontou o modelo de saúde brasileiro, no qual não existe o limite de serviços efetuados. “No seguro de carro há limite, o de saúde é o único que não tem um teto”.
Por fim, Ribeiro evidenciou a necessidade de existir um canal de comunicação entre empregadores e o setor de saúde: hospitais e operadoras. “ Quem mais influencia é o trabalhador porque se ele não estiver satisfeito o RH vai ter que se mover”.
Fonte Agência Brasil
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