Pesquisa aponta que executivos sentem-se perdidos em meio tantos dados
No mundo corporativo, a premissa de que para fazer a gestão é necessário informação, e para isso, faz-se necessário ter métricas nem sempre se aplica a saúde, não por não haver informação, mas por não saber fazer um bom uso dela. Esta foi a abordagem do tema Métricas em Foco, do Intercâmbio de Ideias, realizado nesta sexta-feira, 23, durante o Saúde Business Forum.
Em sua apresentação, o presidente e fundador do Hospital Biocor, de Nova Lima (MG), Mario Vrandecic, destacou dados de uma pesquisa realizada pela consultoria Booz&Co com 1800 executivos de saúde nos Estados Unidos. O estudo demonstra uma relação complexa entre os executivos e seus indicadores. Dos participantes da pesquisa, 67% disseram que possuem metas não atingíveis, 52% apontaram que se sentem perdidos em meio tantos indicadores, e 64% ressaltaram prioridades conflitantes entre as metas estabelecidas. “Muitos indicadores engessam a organização, e trazem uma visão do passado. O importante é conseguir trabalhar os dados de olho no futuro da instituição, assinala.
Na visão do executivo, o uso adequado dos indicadores dentro de uma organização é aquele que está atrelado ao planejamento estratégico da organização e o seu desdobramento. “Mas isso só é possível se você conhece bem o seu negócio”, salienta. “E cada instituição é uma, o que vale para o meu hospital, talvez não valha para o seu”, complementa.
O Biocor passou a desenhar e adotar o uso de indicadores em 2000, e neste tempo o trabalho foi evoluindo. Hoje a instituição conta com 703 indicadores, hierarquizados em 86 áreas. Os mais críticos são acompanhados diariamente, há os de acompanhamento semanal, e uma avaliação mensal que reúne cinco grandes grupos: clínico, de enfermagem, administrativo, suprimentos e de pessoas, para a análise e ajustes de indicadores. A reunião é aberta a todos os que queiram participar. “O que eu não perco de vista são os indicadores financeiros, o EVA principalmente”. Além de serem analisados internamente, os indicadores são usados para realizar benchmarking com outras instituições. “Ë difícil encontrar esses dados para compararmos, porém sempre que achamos, eles nos ajudam. Ter essa referência é importante”.
Na construção dos indicadores, o Biocor também utiliza ferramentas para a gestão da qualidade, como normatizações da ISO, e das certificações hospitalares da Organização Nacional de Acreditação e da NIAHO, e do Prêmio de Qualidade Nacional. No acompanhamento diário das informação e na análise dos dados, o executivo considera fundamental o uso de sistemas de Business Inteligence. “A construção desses indicadores leva tempo, mas nos permite alcançar bons resultados. Não há outra forma de se fazer gestão”, assinala. O hospital realiza cirurgias de alta complexidade, sobretudo cardíacas, e registra uma média de permanência de 5 dias. Além disso, 13% dos pacientes atendidos têm mais de 80 anos, o que aumenta a complexidade dos procedimentos. “Só com um acompanhamento constante conseguimos manter a instituição em crescimento”, finaliza.
Fonte SaudeWeb
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