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terça-feira, 2 de julho de 2013

Americano celebra nova vida após se recuperar de transplante de face

Richard Norris em foto de 18 de junho durante consulta ao psiquiatra que o acompanha após transplante de face. Imagem foi divulgada nesta sexta-feira (28) (Foto: Patrick Semansky/AP)
Foto: Patrick Semansky/AP
Richard Norris em foto de 18 de junho durante consulta ao
psiquiatra que o acompanha após transplante de face.
Imagem foi divulgada nesta sexta-feira (28)
Richard Norris recebeu nova mandíbula, dentes e língua em 2012. Ele voltou a estudar e trabalha na produção de um livro sobre sua vida.
 
O americano Richard Norris, que passou em 2012 por um transplante de face considerado um dos mais extensos já feitos, comemora sua recuperação e sua nova vida pouco mais de um ano após a cirurgia. O homem, que recebeu uma nova mandíbula, dentes e língua em março de 2012, voltou a estudar e trabalha em um livro que conta a história de sua vida.
 
Richard atirou acidentalmente contra seu rosto com uma arma de fogo em 1997, e até a cirurgia vivia recluso. Durante o período, ele enfrentou a crueldade de estranhos, lutou contra o vício em remédios e até pensou em suicídio. Agora, depois da cirurgia e com uma recuperação considerada exemplar pelos médicos, ele diz que, se pudesse voltar no tempo, talvez não apagaria o episódio de sua vida.
 
“Os mais de 10 anos de horror que vivi me deram um grande conhecimento”, disse Norris à Associated Press, em sua segunda entrevista após o transplante. “Isso colocou algumas das melhores pessoas que conheço na minha vida”.
 
Aos 38 anos, ele começou a fazer aulas pela internet em busca de um diploma em sistema da informação e quer criar uma fundação para ajudar futuros pacientes de transplante de rosto a bancar os gastos durante o tratamento. Ele também tem trabalhado com um fotojornalista em um livro sobre sua vida que foi recentemente finalizado, com o título “As duas faces de Richard”.
 
Ele espera que sua história envie uma mensagem de esperança para pessoas em situações semelhantes.

Fotos mostram Richard antes do acidente, após atirar contra si mesmo e a evolução depois de passar pelo transplante de face (Foto: University of Maryland Medical Center e Pat Semansky/AP)
Fotos mostram Richard antes do acidente, após atirar contra si mesmo e a evolução depois de passar pelo transplante de face (Foto: University of Maryland Medical Center e Pat Semansky/AP)
 
Depois do acidente, Richard ficou sem dentes, nariz e partes de sua língua. Ele podia falar e identificar sabores, mas perdeu o olfato. Quando saía em público, normalmente à noite, se escondia com uma máscara.
 
Ele passou por dezenas de cirurgias para tentar recuperar sua face, mas eventualmente seu corpo chegou a um limite. Foi quando um de seus médicos sugeriu um transplante de rosto.
 
O medico Eduardo Rodriguez, que liderou a equipe que fez o transplante, já vinha trabalhando na área há algum tempo. O time explicou todos os riscos, como a rejeição dos tecidos, para todos os familiares. A mãe de Richard, Sandra, lembra do risco de 50% de seu filho morrer durante a cirurgia.
 
Os tecidos recebidos por Richard eram de Joshua Aversano, um jovem de 21 anos morto após ser atropelado. A família do doador não quis dar entrevistas, mas emitiu um comunicado. “Somos gratos por saber que o legado de Joshua irá continuar através das vidas das pessoas que ele foi capaz de salvar com a doação de órgãos e tecidos”.

Richard contou que conversa com a família do doador regularmente e os mantém atualizados sobre sua vida e condições de saúde.
 
A cirurgia de 36 horas sofrida por Richard ainda é considerada a mais extensa já conduzida na área de transplante de face porque incluiu o transplante de dentes, mandíbula, parte a língua e todo o tecido desde o couro cabeludo até a base do pescoço.
 
Richard terá que tomar remédios contra a rejeição dos tecidos pelo resto da vida. O médico que fez a cirurgia disse esperar que o transplante possa ter duração de 20 a 30 anos.

 Enquanto isso, o americano que precisou reaprender a falar, comer e andar novamente, vai ajustando a vida aos poucos. Ele continua frequentando a terapia e viaja frequentemente para consultas médicas.
 
Mas a maior diferença em sua vida é poder aparecer em público novamente sem se sentir observado e excluído. “Infelizmente, as pessoas faziam comentários que nunca fariam a alguém em uma cadeira de rodas, por exemplo”. “Quando eu estava desfigurado, me surpreendia como as pessoas me encaravam. Agora, ninguém presta atenção. A não ser que a pessoa me conheça pessoalmente, ninguém sabe que passei por um transplante de face.”
 
Fonte G1

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