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terça-feira, 2 de julho de 2013

Pesquisadores filandeses anunciam novo tratamento para esquizofrenia

Foto Reprodução
Os resultados mostraram que os sintomas em pacientes com
esquizofrenia começaram a diminuir em uma semana de uso
 da nova terapia e, após quatro semanas, atingiram níveis
 estatisticamente significativos
Estudos mostraram que altas doses de famotidina podem penetrar na barreira sangue-cérebro afetando a liberação de histaminas
 
Grupo liderado pelo professor Jesper Ekelund, da Universidade de Helsinki, na Finlândia, mostrou que, utilizando altas doses de famotidina (200 mg por dia), é possível penetrar a barreira sangue-cérebro com o medicamento.

A Famotidina tem sido utilizada para o tratamento da azia desde a década de 80. Em dosagem normal, o medicamento não consegue ultrapassar a barreira sangue-cérebro. O novo estudo mostrou que aumentando em cinco vezes esta dosagem o fármaco é capaz de entrar no cérebro, afetando o sistema produtor de histamina.

Os resultados mostraram que os sintomas em pacientes com esquizofrenia começaram a diminuir em uma semana de uso da nova terapia e, após quatro semanas, atingiram níveis estatisticamente significativos.

Trinta pessoas com esquizofrenia diagnostica há pelo menos cinco anos participaram do estudo. Elas foram divididas aleatoriamente em dois grupos, um que recebeu famotidine e outro que recebeu placebo. Todos os pacientes que tomaram famotidina responderam positivamente ao tratamento, enquanto os demais não apresentaram alterações.

A Famotidina funciona através do bloqueio do receptor H2 de histamina. Existem importantes neurônios que utilizam a histamina como substância de sinalização primária. Estes neurônios têm um papel importante como reguladores de outras substâncias de sinalização. A partir de pesquisas com animais, é sabido que ao afetar o sistema de histamina, também pode afetar outras substâncias de sinalização que são conhecidos por estarem envolvidas na esquizofrenia.

A hipótese da dopamina
Desde 1963, quando o agora prêmio Nobel Arvid Carlsson mostrou que a dopamina representa um papel central na psicose, a assim chamada "hipótese da dopamina" tem sido o centro dos estudos na área. Todos os medicamentos atualmente disponíveis para a psicose são baseados neste conceito.

Segundo os responsáveis pelo estudo atual, " uma vez que a resposta ao tratamento tradicional é muitas vezes incompleta e efeitos colaterais comuns, ainda existe uma grande necessidade médica não atendida de medicamentos com outros mecanismos de ação. " Muitas outras substâncias de sinalização têm sido o foco de atenção, mas, até agora, o sistema de histamina no cérebro tem sido mais amplamente considerado como importante apenas no que diz respeito aos efeitos colaterais das drogas antipsicóticas, afirmam os pesquisadores.

" A Famotidina não deve ser utilizada como tratamento para a esquizofrenia até que testes de longo prazo comprovem as terapias mais seguras. No entanto, o nosso estudo mostra que o sistema de histamina no cérebro oferece uma nova abordagem para o tratamento da psicose. Isso deve levar a um maior esforço por parte da indústria farmacêutica para o desenvolvimento de medicamentos com base neste mecanismo baseado em histamina," completa Ekelund.
 
Fonte isaude.net

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