O novo programa de fixação de médicos estrangeiros e brasileiros no interior
do país e nas periferias vai pagar um salário de R$ 10 mil, informou ontem o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O valor do salário foi fechado durante o fim de semana. É maior que o
sinalizado anteriormente pelo ministro.
No mês passado, Padilha afirmou que daria a esses médicos as mesmas condições
ofertadas no Provab, programa que oferece pontos na prova de residência ao
médico que se fixa em locais de carência de profissionais. A bolsa do Provab é
de R$ 8.000.
O ministério diz que, por enquanto, não trabalha com a possibilidade de
aumentar o valor do Provab. Mas diz que, além da bolsa, o Provab dá como
benefício pontos extra na prova de residência.
A expectativa é que o polêmico programa de atração de médicos, citado pela
presidente Dilma Rousseff como resposta "à voz da rua", seja lançado na próxima
semana.
Ainda estão sendo fechados o desenho da proposta e as regras --provavelmente
uma medida provisória será editada para definir isso e o registro provisório do
médico estrangeiro.
Também não está definido o número exato de vagas, o que será fechado após
consulta sobre o interesse das cidades. O ministério estima que seja um número
próximo a 10 mil médicos.
Oposição
As entidades médicas fazem duras críticas à proposta de facilitar a entrada
dos médicos estrangeiros no país.
Defendem que continue sendo necessária a aplicação do Revalida (prova federal
de validação dos diplomas).
O ministério, por outro lado, propõe um edital de chamamento com uma
avaliação de três semanas já no Brasil.
Para evitar enfrentamento, Padilha adotou o discurso de que o edital só vai
atrair estrangeiros caso não haja interesse da parte dos brasileiros. "A
primeira chamada será para médicos brasileiros", afirmou ontem.
Está marcado para amanhã um protesto nacional de médicos contra a vinda de
estrangeiros e por mais recursos na saúde.
Fonte Folhaonline
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