Entre 10% e 15% das mulheres em idade adulta estão em risco de desenvolver a endometriose, uma condição que pode gerar muitas dores e levar à infertilidade. Dependendo do grau do problema pode ser necessário cirurgia para resolver em definitivo a doença.
A endometriose se dá quando o chamado endométrio, espécie de película que
reveste a cavidade do útero – e que se dissolve para ser expelido junto com a
menstruação – passa a se acumular dentro do corpo da mulher, algumas vezes
dentro da própria cavidade uterina.
“Mas pode acontecer também desse endométrio se acumular no intestino ou mesmo
na bexiga. Em todos os casos a característica desse problema é a dor pélvica
bastante incômoda”, explica Mauricio Simões Abrão, diretor científico do Centro
de Reprodução Humana do Hospital Sírio Libanês em São Paulo.
Além da dor, o acúmulo do endométrio pode comprometer outros órgãos e levar a
outros problemas de saúde.
Infertilidade
Por afetar o útero, a endometriose contribui para diminuir as aderências no
ovário, e isso leva à infertilidade. “A reversão dessa condição pode levar até 3
meses, que é quando as chances de engravidar começam a voltar à sua
normalidade”, explica o especialista.
“De qualquer maneira é preciso, inicialmente fazer um bom diagnóstico do
nível do problema enfrentado. Existem duas maneiras, nesse casos. O primeiro é o
método tradicional, onde é necessário uma laparoscopia [cirurgia minimamente
invasiva] para a retirada e biopsia do fluido acumulado”, diz Abrão.
O segundo, explica o especialista, é utilizar um método desenvolvido por
pesquisadores brasileiros e que agora passa a ser difundido e popularizado no
mundo todo. “A técnica brasileira evita qualquer necessidade da cirurgia.
Consiste em uma avaliação clínica associada a um método de captação de imagem –
um ultrasom transvaginal, nesse caso – e que nos dá o resultado de forma
bastante rápida e prática”, conta.
Tratamento e prevenção da endometriose
O tratamento rotineiro da endometriose é feito com base em fármacos
tradicionais. “O primeiro é própria pílula anticoncepcional, que ajuda a
regularizar a menstruação e o problema. Depois temos o uso de progestógenos
específicos, que são uma espécie de antagonistas dos hormônios que levam à
doença e de forma menos comum alguns fármacos que vão suprimir o funcionamento
do ovário”, elenca Abrão que lembra que somente em casos muito extremos é
necessário cirurgia.
“Por isso a importância das mulheres irem sempre a seus ginecologistas e
fazer exames rotineiros para evitar que uma endometriose comece a se desenvolver
sem que ela esteja ciente”, diz.
Mas a forma mais eficaz de evitar a endometriose, explica Abrão, é estar
sempre em dia com a imunidade e com baixos níveis de estresse. Os fatores
ambientais e estressores diversos tem grande peso no desenvolvimento da
endometriose.
“Fazer exercícios, aprender a lidar e diminuir o estresse, fazer
acompanhamento psicológico para diminuir as frustrações e resolver melhor os
problemas do dia a dia, além de uma alimentação balanceada é importante para que
o sistema imunológico funcione melhor e todo esse conjunto é um fator protetivo
para o desenvolvimento da endometriose no longo prazo. Uma boa qualidade de vida
sempre se reverte em boa saúde”, lembra Abrão.
Fonte O que eu tenho
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