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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Exames: Cintilografia miocárdica de perfusão

O que é o exame: injeção intravenosa de isótopo radioativo e detecção da radiação por aparelhos de câmara gama, com formação de imagem do miocárdio. O isótopo (tálio-201 ou tecnécio-99m) se concentra no miocárdio em proporção ao fluxo sanguíneo.
 
Para que serve: avaliar a presença de doença arterial coronariana (DAC) e auxiliar na condução destes pacientes, avaliar o sucesso de cirurgias de revascularização e diferenciar pré-operatoriamente áreas de cicatriz miocárdica de áreas de miocárdio viável.
 
Contraindicações: gravidez, hipersensibilidade à adenosina ou dobutamina, bloqueio átrio-ventricular de 2º ou 3º grau, asma ou DPOC, hipotensão (PA < 90 mmHg), síndrome coronariana aguda sem definição clínica clara, insuficiência cardíaca descompensada, uso de dipiridamol nas últimas 24h ou de xantina nas últimas 12h, glaucoma, hipocalemia.
 
Preparo do paciente: beta-bloqueadores e antagonistas dos canais de cálcio devem ser suspensos 48h antes do teste, caso se planeje adicionar estresse por esforço físico ou dobutamina. Xantinas e dipiridamol devem ser suspensos 24h antes do estresse por adenosina, e alimentos e fármacos contendo cafeína devem ser evitados.
 
Procedimento: o estudo de estresse em geral é realizado primeiro, uma vez que, sendo normal, não existe necessidade de adquirir imagens de repouso. O radioisótopo é injetado no ponto máximo de estresse, de forma que a captação miocárdica do marcador reflita o fluxo sanguíneo máximo, otimizando a visualização de qualquer falha de perfusão.
 
O ritmo cardíaco e a pressão arterial devem ser medidos durante todo o período de estresse, observando-se no ECG evidências de alterações no segmento ST ou da onda T sugestivas de isquemia e arritmias. Para intensificar a imagem de redistribuição, particularmente na presença de déficits perfusionais, pode-se administrar nitrato sublingual, repetindo-se a injeção do radioisótopo e captando uma nova imagem uma hora mais tarde através da câmara gama.
 
Uma vez terminado o teste, as imagens de estresse e repouso são alinhadas cuidadosamente para comparação e avaliação dos déficits de perfusão miocárdica.
 
Riscos: exposição a radiação ionizante: o estresse físico ou farmacêutico podem induzir isquemia miocárdica grave, infarto e arritmias potencialmente graves. O teste deve ser interrompido se o paciente apresentar angina importante, elevação do segmento ST >0,1 mV sem ondas Q, queda da pressão arterial sistólica > 10 mmHg abaixo do basal, hipertensão severa (>250/115), cianose, palidez, vertigens ou quase-síncope.

Vantagens: a cintilografia miocárdica é um teste prontamente disponível, não-invasivo e de baixo custo quando comparado à angiografia coronariana. Ao contrário da ressonância nuclear magnética, onde o número de planos de imagem pode ser limitado, a cintilografia oferece uma cobertura miocárdica ampla, além de oferecer informações diagnósticas e prognósticas acuradas.
Desvantagens: as técnicas de análise possuem acurácia limitada na vigência de doença trivascular, onde existe uma redução global da perfusão miocárdica. O estudo pode ser sub-ótimo caso o pico de estresse não seja atingido. A cintilografia possui uma má resolução espacial comparada com outras técnicas. Defeitos perfusionais limitados ao subendocárdio podem não ser visualizados. A qualidade da imagem pode ser afetada por movimentos do paciente e/ou artefatos (p.ex.: atenuação da imagem pelo tecido mamário).
 
Fontes:
- Manual de exames: Instituto de Patologia clinica Hermes Pardini 2003/2004
- A clínica e o laboratório - Alfonso Balcells Gorina, Medsi Editora 1996
- Henry: Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods, 20th ed., 2001.
- Oxford Handbook of Clinical and Laboratory investigation, Drew Provan, 2nd Ed, 2005.
 
Por Boa Saúde

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