O que é o exame: injeção intravenosa de isótopo
radioativo e detecção da radiação por aparelhos de câmara gama, com formação de
imagem do miocárdio. O isótopo (tálio-201 ou tecnécio-99m) se concentra no
miocárdio em proporção ao fluxo sanguíneo.
Para que serve: avaliar a presença de doença arterial
coronariana (DAC) e auxiliar na condução destes pacientes, avaliar o sucesso de
cirurgias de revascularização e diferenciar pré-operatoriamente áreas de
cicatriz miocárdica de áreas de miocárdio viável.
Contraindicações: gravidez, hipersensibilidade à
adenosina ou dobutamina, bloqueio átrio-ventricular de 2º ou 3º grau, asma ou
DPOC, hipotensão (PA < 90 mmHg), síndrome coronariana aguda sem definição
clínica clara, insuficiência cardíaca descompensada, uso de dipiridamol nas
últimas 24h ou de xantina nas últimas 12h, glaucoma, hipocalemia.
Preparo do paciente: beta-bloqueadores e antagonistas dos
canais de cálcio devem ser suspensos 48h antes do teste, caso se planeje
adicionar estresse por esforço físico ou dobutamina. Xantinas e dipiridamol
devem ser suspensos 24h antes do estresse por adenosina, e alimentos e fármacos
contendo cafeína devem ser evitados.
Procedimento: o estudo de estresse em geral é realizado
primeiro, uma vez que, sendo normal, não existe necessidade de adquirir imagens
de repouso. O radioisótopo é injetado no ponto máximo de estresse, de forma que
a captação miocárdica do marcador reflita o fluxo sanguíneo máximo, otimizando a
visualização de qualquer falha de perfusão.
O ritmo cardíaco e a pressão arterial devem ser medidos durante
todo o período de estresse, observando-se no ECG evidências de alterações no
segmento ST ou da onda T sugestivas de isquemia e arritmias. Para intensificar a
imagem de redistribuição, particularmente na presença de déficits perfusionais,
pode-se administrar nitrato sublingual, repetindo-se a injeção do radioisótopo e
captando uma nova imagem uma hora mais tarde através da câmara gama.
Uma vez terminado o teste, as imagens de estresse e repouso são
alinhadas cuidadosamente para comparação e avaliação dos déficits de perfusão
miocárdica.
Riscos: exposição a radiação ionizante: o estresse
físico ou farmacêutico podem induzir isquemia miocárdica grave, infarto e
arritmias potencialmente graves. O teste deve ser interrompido se o paciente
apresentar angina importante, elevação do segmento ST >0,1 mV sem ondas Q,
queda da pressão arterial sistólica > 10 mmHg abaixo do basal, hipertensão
severa (>250/115), cianose, palidez, vertigens ou quase-síncope.
Vantagens: a cintilografia miocárdica é um teste prontamente disponível, não-invasivo e de baixo custo quando comparado à angiografia coronariana. Ao contrário da ressonância nuclear magnética, onde o número de planos de imagem pode ser limitado, a cintilografia oferece uma cobertura miocárdica ampla, além de oferecer informações diagnósticas e prognósticas acuradas.
Desvantagens: as técnicas de análise possuem acurácia
limitada na vigência de doença trivascular, onde existe uma redução global da
perfusão miocárdica. O estudo pode ser sub-ótimo caso o pico de estresse não
seja atingido. A cintilografia possui uma má resolução espacial comparada com
outras técnicas. Defeitos perfusionais limitados ao subendocárdio podem não ser
visualizados. A qualidade da imagem pode ser afetada por movimentos do paciente
e/ou artefatos (p.ex.: atenuação da imagem pelo tecido mamário).
Fontes:
- Manual de exames: Instituto de Patologia clinica Hermes
Pardini 2003/2004
- A clínica e o laboratório - Alfonso Balcells Gorina, Medsi
Editora 1996
- Henry: Clinical Diagnosis and Management by Laboratory
Methods, 20th ed., 2001.
- Oxford Handbook of Clinical and Laboratory investigation,
Drew Provan, 2nd Ed, 2005.
Por Boa Saúde
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