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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Entidades criticam retirada de emagrecedores do mercado

A retirada do mercado dos emagrecedores femproporex, mazindol e anfepramona em dezembro de 2011, pela Anvisa, acarretou o contrabando, o uso "off-label" e o crescimento da obesidade e de cirurgias bariátricas. É o que afirmaram entidades e deputados presentes em audiência pública para discutir o assunto na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (9).
 
"Por que estamos brigando pela permanência dos medicamentos? Porque eles fazem mal? Matam os pacientes? Tenho certeza que não, estamos convictos que eles funcionam. Auxiliam, de forma contundente, na perda de 10% do excesso de peso e ajudam na manutenção dessa perda", afirmou Paulo Giorelli, diretor-geral da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
 
Giorelli apresentou dados de uma enquete realizada com 3,5 mil médicos da Abran. Os resultados, disse, mostram que houve um "aumento significativo do peso dos pacientes que estavam controlados" desde dezembro de 2011, passando de 2,1% no passado para 4% após a decisão da Anvisa.
 
"Após um ano de suspensão, temos mais pacientes diabéticos, mais hipertensos, mais cirurgias bariátricas sendo feitas", afirmou.
 
Dimitri Homar, representante do CFM (Conselho Federal de Medicina), questionou o argumento da Anvisa de estar preocupada com a segurança dos medicamentos. "No ano passado, foi lançado um produto para diabetes e que começaram a usar pra emagrecer. E tem efeitos colaterais, um deles é a pancreatite aguda. A Anvisa liberou o produto sem receita médica. Que preocupação é essa?"
 
Segundo a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a proibição da Anvisa empurrou as substâncias para o mercado negro, além de ter feito crescer o uso "off-label" de outros medicamentos.
 
O deputado Felipe Bornier (PSD-RJ) defendeu a aprovação de seu projeto de lei apresentado em 2011 que pretende sustar a decisão da Anvisa que retirou os emagrecedores do mercado.
 
O projeto está atualmente na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.
 
Em outubro de 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a retirada do mercado desses três medicamentos a partir de dezembro daquele ano. Segundo a agência alegou à época, o uso dessas substâncias traz mais riscos que benefícios e não há estudos sobre sua eficácia.
 
Francisco Paumgartten, coordenador da câmara técnica de medicamentos da Anvisa, defendeu a retirada dos três medicamentos do mercado. "Todos esses inibidores causam apenas uma redução modesta de peso no paciente quando comparado com o que se consegue com o placebo. Eles não ajudam a formar novos hábitos alimentares, têm efeito pífio, que não é sustentado quando o medicamento é interrompido."
 
Sobre os dados da Abran a respeito do crescimento da obesidade, Paumgartten disse que "a obesidade vem aumentando de forma constante, mesmo com todos esses produtos no mercado".

Fonte Folhaonline

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