Introdução
O nosso corpo é formado por diversos tipos de células.
Normalmente, as células crescem, se dividem e morrem. Algumas vezes, as células
podem sofrer mutações e começam a crescer e a se dividir mais rápido do que as
células normais e podem formar um tumor. Se esse tumor for canceroso (também
chamado de "maligno"), eles podem invadir e matar as células saudáveis do corpo.
E desses tumores malignos, algumas células podem se espalhar e formar novos
tumores em outras partes do corpo.
Ainda falta muito para se conhecer com clareza o que determina
o aparecimento de cada tipo de câncer, mas já se conhece vários fatores que
contribuem para o seu desenvolvimento, como alguns genes e fatores
ambientais.
Estimativas
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que no ano de 2012
ocorrerão no Brasil cerca de 518.510 novos casos de câncer, sendo 257.870novos
casos para o sexo masculino e 260.640 para o sexo feminino.
Os cânceres mais incidentes serão: o câncer de pele (113 mil
novos casos, excetuando-se o melanoma), seguidos do câncer de próstata (60.180),
tumors de mama feminino (52.680), traqueia, brônquio e pulmão (27.320), cólon e
reto (30.140) , estômago (20.090) e colo do útero (4.520), distribuição
semelhante ao do resto do mundo.
O número de novos casos estimados distribui-se de forma
heterogenia no Brasil. É observada uma grande variação regional, destacando-se
com as maiores taxas as regiões Sul e Sudeste, passando pela região Centro-Oeste
e as menores taxas nas regiões Nordeste e Norte.
Detecção precoce
A detecção precoce pode reduzir a mortalidade pelo câncer, pois
o tratamento em estágios iniciais do câncer é freqüentemente menos agressivo do
que em estágios mais avançados.
O exame clínico é o exame mais amplamente disponível para a
detecção do câncer. Pela observação visual direta ou assistida podem ser
identificados, por exemplo, o câncer de pele, boca, laringe, genitália externa e
colo uterino. A palpação é capaz de detectar nódulos ou tumores no seio, na
tireóide, próstata, testículos, ovários, pescoço, dentre outros.
Cânceres mais internos necessitam de procedimento e testes como
endoscopia, radiografias, ressonância magnética ou ultra-sonografia. Alguns
testes laboratoriais, como Papanicolau para detecção de câncer de colo de útero,
teste de sangue oculto nas fezes para pesquisa de câncer no intestino e medida
do PSA para câncer de próstata, podem ser utilizados para detecção de cânceres
específicos.
Os pesquisadores têm trabalhado para melhorar os métodos de
detecção precoce de câncer, tais como novas técnicas de imagem para descobrir o
câncer de mama. Além disso, estudos genéticos de famílias com uma incidência
elevada de certo tipo de câncer tem permitido a identificação de um número de
genes relacionados ao desenvolvimento de câncer, o que poderia possibilitar a
detecção precoce do câncer em pessoas com esses genes.
O tipo e periodicidade dos testes de triagem para câncer
dependerão do risco de desenvolver determinado câncer, como em casos de história
pessoal de câncer ou uma forte história familiar de câncer (em 2 ou mais
parentes de primeiro grau). Existem alguns testes de aplicação universal, devido
a alta incidência, existência de tratamento eficaz de lesões pré-malignas ou
câncer em estágio inicial e pela facilidade de realização, como por exemplo, o
teste Papanicolau, para prevenção de câncer de colo de útero, que deve ser
realizado anualmente em todas as mulheres.
Prevenção
O melhor "tratamento" contra o câncer é a prevenção. Prevenção
é definida como a redução da mortalidade causada pelo câncer por meio da redução
na incidência de câncer. Pode ser realizada pela mudança no estilo de vida e
exposições ambientais, e pelo tratamento bem sucedido de lesões
pré-cancerígenas.
O achado mais consistente, após décadas de estudo, foi a forte
associação do tabaco e cânceres em várias localidades. Outros exemplos de
fatores de risco modificáveis para câncer incluem o consumo de álcool (associado
com um risco aumentado para câncer de boca, esôfago e outros), sedentarismo
(associado com aumento do risco para câncer de intestino, mama e possivelmente
outros cânceres) e a obesidade (associado com câncer de intestino, mama,
endométrio, e possivelmente outros). Portanto, evitar o consumo excessivo de
álcool, o sedentarismo, o tabagismo e manter o peso corporal recomendado
contribui para a redução do risco de certos tipos de câncer. Outros fatores de
estilo de vida e ambientais reconhecidos por afetar o risco de câncer incluem
certas práticas de relação sexual e reprodutiva, uso de estrógenos, exposição à
radiação ionizante e radiação ultravioleta, certos produtos químicos, e agentes
infecciosos.
Estudos demonstraram uma relação dos alimentos e nutrientes
ingeridos com muitos tipos de câncer. O consumo de frutas e vegetais foram
associados com uma redução do risco de variados tipos de câncer. Mas ainda não
se conhece que componente específico das frutas e vegetal é responsável por
essas associações observadas. Por outro lado, o consumo de carne vermelha e a
ingestão inadequada de ácido fólico, tem sido associados com um risco aumentado
de câncer de intestino.
A quimioprevenção é o uso de substâncias sintéticas ou naturais
para reduzir o risco de câncer. Inúmeros estudos tem sido feito em busca desses
agentes, já apresentando drogas promissoras, como o uso do tamoxifeno para
reduzir o risco de câncer de mama em mulheres de alto risco, os inibidores da
COX-2 (antiinflamatórios seletivos) para reduzir o risco de câncer de intestino
e a finasterida para reduzir o risco de câncer de próstata. Outras medidas já
bem estabelecidas incluem a vacinação para o vírus da hepatite B (para prevenção
de câncer hepático) e o tratamento da infecção pelo Helicobacter pylori
(bactéria cuja infecção aumenta o risco de câncer de estômago).
Testes genéticos para pessoas de alto risco, com conseqüente
aumento da vigilância ou cirurgia profilática para os testes positivos, já são
disponíveis para certos tipos de câncer, incluindo câncer de mama e de
intestino.
Grandes esforços têm sido feitos em busca de vacinas para a
prevenção de infecções por agentes oncogênicos (como por exemplo, o vírus do
HPV, cuja infecção predispõe ao câncer do colo do útero) e de terapia genética
para pessoas com mutações genéticas que as colocam em alto risco para o
desenvolvimento de câncer.
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revisado em 02 de fevereiro de 2012
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