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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Cientistas portugueses desenvolvem vacina oral para a hepatite B

Nova vacina é mais eficaz e potencialmente mais estável do que a injetável existente no mercado nos dias de hoje
 
Investigadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, desenvolveram uma vacina oral para a hepatite B. A nova vacina é mais eficaz e potencialmente mais estável do que a injetável existente no mercado nos dias de hoje. As informaões são do site Ciência Hoje.
 
"A administração oral é uma via não traumática. A Organização Mundial de Saúde tem grande preocupação a respeito das vacinas injetáveis, pois existe financiamento dirigido a tratar complicações devido ao seu mau uso, ou seja, infecções", afirma a pesquisadora Olga Borges.
 
Outra vantagem, segundo os investigadores, reside no fato de a administração oral ter uma maior aceitação por parte das crianças, além de facilitar, também, o processo da vacinação em massa.
 
A vacina vai de encontro a uma das questões que a comunidade científica tem vindo a levantar. Apesar de não haver certeza absoluta, tudo indica que há uma maior estabilidade nas fórmulas farmacêuticas sólidas. "Teoricamente essa opção será mais estável. As injetáveis são fórmulas farmacêuticas líquidas, em que os princípios ativos têm uma estabilidade baixa", observa Borges.
 
A logística associada à distribuição de vacinas em países em vias de desenvolvimento é outras das preocupações que a vacina oral pode resolver. Para conservar as vacinas líquidas, é preciso cadeias de frio, que muitas vezes não estão disponíveis em certos países.
 
De acordo com Borges, mais de 2 milhões e 800 mil doses das vacinas foram já perdidas devido a falhas na manutenção das cadeias de frio. Isto representa alguns milhões de euros perdidos. Por isso, a OMS tem incentivado a comunidade científica a criar vacinas por via oral e mais estáveis.

Maior eficácia e proteção adicional
A vacina injetável contra a hepatite B, que já está no mercado há vários anos, tem provado ser eficaz, mas o tipo de resposta imunológica que ela induz é, sobretudo, baseada na produção de anticorpos na corrente sanguínea. A capacidade das vacinas injetáveis induzirem a formação de anticorpos específicos nas mucosas é muito baixa.
 
Para conseguir fazer isso, a administração dessa vacina tem de ser através de uma mucosa. "Só desenvolvendo vacinas que possam ser administradas nas mucosas, é possível produzir anticorpos a esse nível", afirma a pesquisadora.
 
Este aspecto é particularmente importante para doenças infectocontagiosas que entram no organismo através das mucosas.
 
A hepatite B não é o melhor exemplo. Nos países desenvolvidos a via principal de contágio é por contato sexual, embora também possa ser através de seringas contaminadas, mas nesse caso não se aplica. No caso da transmissão sexual, "se tivermos anticorpos nas mucosas ligadas ao aparelho reprodutor, será uma proteção adicional na entrada", destaca Borges.
 
A vacina tem ainda outra particularidade, ela fornece uma resposta imunológica qualitativamente diferente da vacina injetável, e isso faz com que, teoricamente, ela possa ter alguma utilidade nos casos das pessoas que já têm hepatite B, ou seja, pode funcionar não só como vacina profiláctica, mas também terapêutica.
 
Segundo os pesquisadores, isso é apenas uma hipótese, pois os resultados obtidos são apenas de testes em ratos.
 
A equipe ainda não tem uma data para dar início aos ensaios clínicos em humanos. "Além das autorizações morosas, há ainda custos elevados envolvidos. E não havendo um financiamento, essa parte será impossível de ser continuada. Sem ensaios clínicos, a vacina nunca irá para o mercado", conclui Borges.
 
Fonte isaude.net

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