Tecidos adiposos liberam variedade de fatores, dentre eles, a adiponectina,
envolvida na carcinogênese
Hábitos alimentares não saudáveis associados com pouca atividade física, além
da predisposição genética, tornaram a obesidade um problema global crescente. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano de 2015, existirão em
torno de 2,3 bilhões de adultos com excesso de peso e 700 milhões de obesos no
mundo.
Na evolução do ser humano, o corpo desenvolveu a capacidade de armazenar gordura nas células adiposas para se proteger de períodos de fome. Porém, quando essas células esgotam sua capacidade, a gordura começa a ser depositada em outros órgãos do corpo, principalmente nos músculos e no fígado, começando o processo de obesidade.
O oncologista e pesquisador Stephen Stefani, do Instituto do Câncer Mãe de Deus, menciona que a National Cancer Institute americano já assinala a obesidade como fator de risco para o câncer, principalmente de intestino grosso, mama após menopausa, esôfago, tireoide, endométrio e rim.
Entre os mecanismos mais recentes descritos para explicar a relação entre câncer e obesidade está o fato de que as células adiposas podem ser fontes de processos inflamatórios de baixo grau, mas sistêmicos. Os tecidos adiposos liberam uma variedade de fatores, dentre eles, a adiponectina, envolvida na carcinogênese.
A adiponectina é um hormônio segregado principalmente pelo tecido adiposo, com um efeito importante anti-inflamatório, ocorrendo uma menor produção quando há o acumulo de gordura. Assim, na obesidade, o organismo perde, em boa medida, o efeito protetor dessa substância.
A obesidade também desencadeia o estresse oxidativo, que ocasiona danos celulares, aumentando o risco de câncer. O estresse oxidativo ocorre quando a capacidade antioxidante celular é excedida, gerando um acúmulo de radicais livres. O organismo possui mecanismos para controlar a quantidade de radicais livres. Contudo, o desequilíbrio gerado pela obesidade faz com que haja um aumento desses componentes, ocasionando comprometimento celular.
A inflamação sistêmica em conjunto com o estresse oxidativo, consequentes da obesidade, geram prejuízos silenciosos ao organismo ao longo do tempo, tanto celulares como dos órgãos vitais, aumentando o risco de câncer.
Cuidados com a alimentação, exercícios físicos regulares e, em alguns casos, o uso de medicamentos e cirurgias são indicados para o tratamento da obesidade, mediante avaliação do estado de saúde por um médico.
Fonte Zero Hora
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